quarta-feira, 24 de março de 2010

automatic for the people

por incrível que pareça, o assunto é o novo comercial pra fazer elegias ao rodoanal, com todas suas maquinações eleitorais mais que óbvias mas principalmente uma interessante contradição imagético-arquitetônica. em semana pós sérgio ferro no museu da fau, o tal comercial fala em números: milhares de sacos de cimento e empregos gerados, "a maior obra viária do brasil".
como se o que faltasse fosse mais asfalto... aquela velha tática meio rooseveltiana malmacaqueada como sói ser ao pefelê com do essedebê de fazer mega obra pública pra gerar emprego, a falácia de sempre, apontada precisamente pelo chico de oliveira também na semana passada, na tal fflch, mesma usp, escola dalguns dos supracitados.
a imagem mostra um mega caminhão passando numa estrada que se faz automaticamente e com efeitos especiais brilhosos poucos metros de suas rodas. "saco de cimento". como se algum panaca acreditasse que uma estrada tão muderna se fizesse à base dos sacos de cimento. o cruel é que talvez se faça mesmo. nesse caso, taí o apagamento do trabalho. não aparece um único operário no comercial, aquele bom moço que vai lá sorridente, cheio dos EPIs derreter asfalto e se "beneficiar" do tal emprego que tá sendo gerado na medida pra ele, desqualificado e malassalariado. parece aquela velha blague do consultor gringo que ao perceber que mais importante do que fazer metrô era fazer empregos, sugere que, em vez de tatuzão, se cave tudo na base da pá, ou melhor, com colherinha...

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